quinta-feira, 31 de março de 2011

Arrematação das obras na Terceira Seção

A descrição do estados das obras públicas no interior central da Província começa pela situação das pontes em Cantagalo e Nova Friburgo. O destaque, como sempre, é o rio Macacu, com seu extremo regime de cheias, que exige pontes de boa qualidade. Outro projeto importante é a estrada entre Niterói e Campos.

Na análise da construção da estrada Cantagalo-Macaé surgem detalhes interessantes, como a equação financeira acertada com o contratante de um dos trechos, João Batista Midosi. O pagamento seria feito em quatro parcelas, mas, se não houvesse recursos nos cofres provinciais, ele receberia em letras "que venciam juros". É a primeira vez que Paulino menciona o expediente, apesar da grande maioria das obras ser conduzida por meio de arrematações.

Outra menção relevante é feita ao plano de limpeza do rio que serve ao Porto das Caixas. As árvores atrapalham a navegação em vários pontos e o número de troncos no rio é um risco para os barcos. De forma geral, os traços geográficos familiares do interior fluminense são visíveis no relatório de Paulino: a necessidade constante de prover aterros e contenção de encostas, a construção de estradas com valas capazes de desviar o fluxo das chuvas intensas e o problema dos pântanos e áreas alagadiças. Nos tempos de Paulino, contudo, a cobertura vegetal vivia ainda dias de glória e as cercanias de Cantagalo eram chamadas de sertões bravios.


Abraço ao rio Macacu, novembro de 2009, promoção da prefeitura da Cachoeiras de Macacu.

sábado, 26 de março de 2011

Colonos alemães no interior da Província

De Paraíba do Sul ao rio Paraibuna

Paulino conclui o relatório das obras da Primeira Seção com uma relação sumária das pontes a construir de modo a assegurar um uso constante das principais estradas. Quanto à Segunda Seção, anuncia que será dedicada principalmente aos planos de construção de uma nova estrada entre Paraíba do Sul e a passagem do rio Paraibuna, cujo financimanto deveria ser assumido pela Província. Nada menos que 150 mil animais transitarão, em ida e volta, pela estrada; dos quais 100 mil vindos de Minas Gerais. A ponte sobre o Paraibuna, por sinal, também estava com seus reparos próximos da conclusão (pág 45).


Distância entre Paraíba do Sul e a passagem do Paraibuna

sexta-feira, 4 de março de 2011

Estrada de ferro na Vila de Iguaçu

Prossegue a atualização oferecida aos deputados provinciais com respeito à situação do programa de obras do governo. A Estrada de Itaguaí caminha para a conclusão e com boa qualidade, incluindo bueiros para o esgotamento das águas pluviais e "paredões de pedra seca" para a contenção de encostas. Na Estrada da Bocaina, o destaque são os preparativos para a construção da ponte sobre o rio Preto. O coronel Conrado Jacob de Niemeyer também informa o estado adiantado das obras da Estrada do Comércio, no trecho entre a raiz da serra de Tinguá e o rio Paraíba do Sul, onde a travessi continuará sendo feita por balsas.

A menção mais curiosa, contudo, é feita sobre a situação das obras de aproveitamento do rio Iguaçu, canal de escoamento de uma região promissora. Paulino recomenda estudos para a construção de uma estrada de ferro, que poderia sair mais barata do que o trabalho no curso d'água: