sábado, 31 de julho de 2010

Saindo do Cais da Praia Grande, São Luís, Maranhão



"Paulino fora, de sua casa à rua das Violas até o caís, talvez pensando na vida que o esperava em um país estranho, longe daquele céu azul do Maranhão, daquelas praias brancas, banhadas da luz do luar mais belo que existe, o luar do norte" (A Vida do Visconde do Uruguai, pág 13).

Alcântara, Maranhão


Casa de Câmara e Cadeia, Alcântara, Maranhão.
Construção modelo reproduzida em várias cidades da Província do Rio de Janeiro

Alcântara, Maranhão


Casario histórico de Alcântara, Maranhão.

Política no século XIX


Reconstrução da sala de reuniões de uma casa brasileira, século XIX. Casa Histórica de Alcântara, Maranhão.

Tendo vivido em São Luís boa parte de sua infância e juventude, Paulino José certamente conheceu o casario desse próspero porto provincial.

domingo, 18 de julho de 2010

"Governar é abrir estradas"

O programa de infra-estrutura do governo da província tinha como destaque a construção das grandes estradas. As maiores despesas (acima de 28 contos de réis) estavam destinadas à Estrada da Serra de Mangaratiba e à Estrada de Itaguaí. A Estrada do Comércio recebia uma dotação um pouco menor (24 contos de réis), equivalente àquela recebida pela estrada de Cantagalo a Macaé. A conexão entre o Porto da Estrela e a fronteira com Minas Gerais recebia pouco mais de 19 contos de réis.

Há também recursos importantes destinados à construção de pontes. Em Paraíba do Sul, a ponte sobre o rio recebe uma dotação de 24 contos de réis, e, a ponte sobre o rio Macacu na Estrada de Cantagalo recebe outros 14 contos.

A situação hidrográfica do Rio de Janeiro também impunha despesas específicas. A muralha da cidade de Campos, proteção contra as cheias do rio Paraíba, recebe quase 10 contos de réis. O canal do Nogueira, via de comunicação lacustre-fluvial no norte da província, recebe 7 contos. A escavação dos baixios da Lagoa de Araruama merece uma dotação de 6 contos de réis.

sábado, 17 de julho de 2010

Remonta de cavalos

A maior parte da despesa fixada com o corpo policial da província (Tabela 11) destinava-se, obviamente, aos vencimentos, que montavam a 78 contos de réis anuais. Os gastos com quartéis eram o segundo item mais importante e chegavam a pouco mais de 3 contos de réis, enquanto a “remonta dos cavalos” consumia outros 2 contos de réis. Foram também gastos 1 conto e 900 mil réis com capotes “por terem os existentes completado o tempo de duração marcado na lei”.

As despesas com cavalos tinham outras destinações como esporas (foram comprados 118 pares), aparelhos de limpar os animais e a “remonta de selins, arreios e freios” (representando despesas de 1 conto e 500 mil réis). Curiosamente, não há verbas para a compra de armamentos, apenas para sua manutenção.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Regulamento para as passagens de rios

O relatório do presidente da Província traz ainda uma curiosa tabela demonstrativa com as despesas com a “passagem dos rios” (tabela 15) para os anos 1839-1840. São duas passagens a receber dotação específica: uma na cidade de Paraíba do Sul e outra em Ubá, na estrada do Comércio. Ubá, hoje, é o distrito de Andrade Pinto, em Vassouras, às margens do rio Paraíba. Em nenhuma delas, adverte, era cobrado um imposto, apesar da previsão legal no orçamento.

Em Paraíba do Sul, eram pagos um “patrão” (a mil e duzentos réis por dia), que recebia quase tanto um professor sem diploma na Escola Normal., dois marinheiros (mil réis, cada) e mais dois barqueiros (previstos em um regulamento específico, durante 90 dias por ano). Quase 30% do total (cerca de dois contos e 700 mil réis) foi gasto, contudo, no reparo de uma barca.

No porto de Ubá, havia um administrador (com vencimentos de 400 mil réis) e cinco barqueiros, pagos por dia (640 réis), perfazendo um total de 1 conto e 568 mil réis.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Professoras de meninas na província do Rio de Janeiro

A instrução primária na província do Rio de Janeiro em 1838 tinha um diretor, o frei José Policarpo de Santa Gertrudes, vencendo 1 conto e 200 mil réis, e onze professores saídos da Escola Normal, merecendo vencimentos de 600 mil réis, com responsabilidade pelas cidades de Angra, Parati, Itaguaí, Cantagallo, Macaé, Maricá, Iguaçu, Itaboraí, Barra Mansa Piraí e Mangaratiba. Havia professores antigos (de formação de menor qualidade) em Niterói, Campos, Valença, Paraíba do Sul e São Gonçalo, vencendo entre 200 e 400 mil réis. Outros professores, também sem maior formação (alguns nomeados em 1827), davam aulas em Magé, Cabo Frio, Lugar da Passagem, São Sebastião (uma freguezia de Campos) e o Arraial de Santa Rita em Cantagalo. Recebiam ainda menos, entre 150 e 300 mil réis. Dois professores eram aposentados por lei de 1835 e recebiam 150 mil réis.

Por fim, havia quatro professoras de meninas: Rosa Senhorinha de Souza Leitão (Niterói); Maria do Carmo Moreira de Sá (Campos); Adelaide Mariana de Souza e Oliveira (Angra) e Anna Leonor Maria da Rocha (Parati). Todas nomeadas pela lei de 1837 e recebendo os mesmo salários dos professores homens. Notável exemplo de igualdade de remuneração.