segunda-feira, 5 de outubro de 2009

"Bem quisera eu.."

Depois da digressão relativa aos efeitos dos conflitos políticos locais sobre as instituições do Estado, Paulino inicia um exame fascinante da criminalidade na Província do Rio de Janeiro, fazendo a defesa de uma ciência social quantitativa. O melhor remédio, segundo ele, contra a “declamação, o vago e a falta de positivo”



As estatísticas, que ele mesmo reconhece deficientes, cobrem o período de agosto de 1835 a janeiro de 1839 e não permitem, por falta de informações populacionais, um cálculo per capita. Paulino relaciona nesse período de três anos e cinco meses, 134 homicídios (11 cometidos por escravos); 50 tentativas de homicídios (1 cometida por escravo) e 306 ofensas graves (8 cometidas por escravos). Paulino reporta uma notável redução no número de homicídios: de 70 casos em 1836 para 22 registros em 1838. Não deixa de ter certa graça ver um governante do Rio de Janeiro anunciando uma queda no número de assassinatos...

Em seguida, informa que o número de furtos de escravos é bem maior e que o número de crimes de vadiação reflete apenas a falta de meios para reprimi-lo. Outro problema familiar das estatísticas criminais.

2 comentários: