quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sem saída para os Liberais

O longo discurso - para os padrões de Paulino e da própria Câmara - encerra politicamente a discussão. A Lei de Interpretação seria aprovada logo na sessão de 26 de junho, nove dias depois. Com seu pronunciamento está liquidado o contraditório federalismo dual do Ato Adicional, sem possibilidades de salvação. Os Liberais são, além disso, obrigados a engolir seu próprio veneno: os pedidos desesperados de reforma expressos nos relatórios ministeriais de 1835. Paulino não deixa sem resposta sequer a acusação de transação com a bancada de Pernambuco: a manutenção das leis provinciais em vigor, até que a Assembléia Geral decida o contrário, é matéria estritamente constitucional. Apenas o Poder Legislativo pode invalidar essas leis.

Desse ponto em diante, o caminho parlamentar está vedado aos Liberais. Precisarão de um expediente, uma manobra para retornar ao poder. Encontrarão aliados: a vitória Saquarema fora de tal ordem, que seu poder, no dia seguinte, ameaçava a muitos. O sistema político brasileiro revelará mais uma vez seu segredo: a impossibilidade de vitórias ideológicas.

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