sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gabinete de 19 de setembro de 1837


O gabinete que preside a reação conservadora, após a renúncia de Feijó, tinha como principal figura o deputado Bernardo Pereira de Vasconcelos, ministro do Império e da Justiça. O deputado Antônio Peregrino Maciel Monteiro (o segundo Barão de Itamaracá) ocupava a pasta dos Negócios Estrangeiros e o ministro da Fazenda era Miguel Calmon du Pin e Almeida, o Marquês de Abrantes. Rodrigues Torres, depois Visconde de Itaboraí, era o ministro da Marinha e o deputado Sebastião do Rego Barros, o ministro da Guerra. Em 5 de março de 1839, Rodrigues Torres passa a acumular esta última. O programa, definido por Miguel Calmon, era a defesa da ordem legal e a pacificação do Rio Grande do Sul e do Pará. Oficialmente, seu período se encerra com a posse do segundo gabinete da Regência Araújo Lima, em 16 de abril de 1839.

Não é simples resumir a biografia de Bernardo Pereira de Vasconcellos (Vila Rica, 1795 - Rio de Janeiro, 1850), o comandante do "gabinete das capacidades". Basta registrar que o comando do governo em 1837 representa o momento chave de sua transformação, de líder liberal, um dos artífices da abdicação de D. Pedro I, em chefe conservador incontestável, patrocinador das reformas legais que consolidaram o Império.

Maciel Monteiro (Recife, 1804 - Lisboa, 1868), médico formado em Paris, teve uma breve carreira política como deputado e, da posição de ministro dos Estrangeiros passou a plenipotenciário em Lisboa, onde veio a falecer.

Miguel Calmon du Pin e Almeida, o marquês de Abrantes, (Santo Amaro, 1796 - Rio de Janeiro, 1865), também não tem uma biografia de fácil resumo. Recolhido após a abdicação de D. Pedro I, retornou à política para compor a oposição ao Regente Feijó. Depois de ministro da Fazenda, cumpre várias missões diplomáticas e retornará ao gabinete na década de 1860, enfrentando, na pasta dos Estrangeiros, a questão Christie.

José Joaquim Rodrigues Torres (São João do Itaboraí, 1802 - Rio de Janeiro, 1872), o Visconde de Itaboraí, teve uma longa carreira política, sendo deputado por várias legislaturas, senador, conselheiro do Estado e primeiro ministro por duas vezes (1852 e 1868). Foi um dos principais chefes políticos do Partido Conservador, membro de 'trindade saquarema', concunhado e patrono de Paulino José.

Sebastião do Rego Barros (1803-1863), militar e deputado, esteve envolvido em várias operações políticas dos governos conservadores, sendo presidente da província do Pará e chefe de Polícia na província da Bahia.

(Imagem: Bernardo Pereira de Vasconcellos)

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