quinta-feira, 21 de maio de 2009

"O nariz de nosso Metternich"


Paulino se tornou uma figura de grande exposição, graças à sua gestão dos problemas no Prata. No Correio Mercantil de 6 de junho de 1852, o Poeta Vassourense comentava o novo ministério:

Três membros já lá se vão
Podem todos passear!
Reservando o narigão,
Tudo o mais que vá bugiar!
Pois temos a salvação
Neste begue singular!
Querem a pátria feliz?
Não lhe bulam co'o nariz.

A poesia foi respondida por um soneto satírico, dessa vez do Poeta Jurujubense, publicado no Correio Mercantil, de 20 de junho do mesmo ano:

Exposto em Londres, como coisa rara,
Vai ser, com pasmo da presente era,
Nariz que sai da narigal esfera,
Nariz que boa quarta tem de vara.

Para pintá-lo, dizem, se prepara
Grão pincel de cabelo de pantera,
Qu'assim pede o nariz maior que viera
À luz do mundo em brasileira cara.

Há muito a fama de tal penca gira,
Tudo assombrando do Brasil por fora
Há muito que o Bretão por vê-la suspira.

Nela há quem julgue que Minerva mora
Chama-lhe Urquiza o seu paládio, e em ira
Chama-lhe Rosas caixa de Pandora"

(José Antônio Soares de Souza. Honório Hermeto no Rio da Prata, pág 313). José Antônio, por sinal, considera que o Poeta Jurujubense bem pode ser o diplomata José Maria do Amaral. O Visconde de Sepetiba, em carta de dezembro de 1851, chamava o inimigo de jesuíta e comentava "o nariz de Paulino é um portento". A carta é citada na biografia de Aureliano, escrita por Hélio Viana. (Id, pág 312).

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